01 outubro 2007

Fases da vida

Por pequena e insignificante que a minha vida possa ser quando comparada, por exemplo, com acontecimentos como o Big Bang ou a formação de planetas no nosso Sistema Solar (não era preciso uma escala de comparação tão grande, mas o facto de ser insignificante não interfere com o meu gosto em sentir-me importante!), é possível decompô-la em partes ainda mais pequenas que se podem chamar de "fases da vida". O tempo da faculdade. Aquele ano que estudei em Inglaterra. Quando usava roupa interior feminina. Enfim, essas coisas. Ora o que se tem passado nos últimos meses que é que estou no fim de uma fase que parece não querer acabar: a fase do doutoramento. Felizmente, descobri recentemente a solução para este problema, que consiste no seguinte: quando determinada secção da tese de doutoramento está razoável e me parece que poderia ficar muito melhor se investisse mais algum tempo nela, encolho os ombros, penso "caga nisso" e passo à frente. Do mesmo modo, quando acho que estou prestes a chegar a uma grande conclusão (não tão grande como o Big Bang, mas quase), ligo a televisão e fico a ver o programa da Júlia Pinheiro da TVI (é tão bom ter a opção de não usar o cérebro...). Até agora, tenho tido resultados excelentes. Caso esta solução deixe de me satisfazer, estou a pensar mandar vir uma tese de uma Universidade de um país da ex-URSS e pagar a alguém para a traduzir para português. É um grande negócio para todos: eu fico com uma tese e alguém constrói uma casa na Sibéria com os três euros que eu estou disposto a pagar por ela...