16 agosto 2009

No Casino Lisboa

Recentemente, fui até esse local pouco recomendado a epiléticos chamado Casino Lisboa, com o objectivo de ver um espectáculo de comédia de pé (tentativa de tradução da expressão "stand up comedy"). E fiquei a achar que poderiam fornecer comprimidos para o enjoo quando nos sentamos na plateia que mexe e um mapa para nos orientarmos, quando saímos um pouco tontos e confusos da plateia rolante para o mundo estático. E, já agora, como é que é suposto com o comediante, se passamos metade do tempo a ver apenas as suas costas e a torcer para que se vire para nós de vez em quando? Enfim, presumo que o Casino Lisboa seja mais indicado para pessoal que já treinou para astronauta e um pouco sofisticado demais para um simplório como eu...

07 agosto 2009

A escolha de um carro

Desde há algum tempo que sinto como se vivesse fora da sociedade, num mundo paralelo, deslocado da realidade. Depois de uma introspecção de vários dias, percebi que estava a precisar de um carro, para sentir que pertencia, que era aceite, que também estava a contribuir para esse problema partilhado por todos chamado aquecimento global.
Como percebo pouco de carros, fui pedir conselhos a vários amigos sobre o que comprar. E se tinha dúvidas sobre as dificuldades da democracia, perdi-as a meio destas sondagens de opinião. Em sete conselhos, havia sete recomendações diferentes! Como só tenho dinheiro para comprar um, fui à internet, sobretudo aos fóruns de discussão sobre carros, e perdi-me mais uma vez na diversidade de opiniões. Depois de nova introspecção, cheguei a cinco soluções possíveis:
1) Não comprar carro e optar antes por uma mota (mas a escolha de mota pode também ser difícil);
2) Ficar com o carro de um familiar ou amigo;
3) Eleger cinco modelos de carro que agradem e escolher por moeda ao ar;
4) Juntar amigos e pessoal dos fóruns da net em plenário numa noite de copos ou coisa do género, pô-los a discutir, sair durante três ou quatro horas, e regressar ao fim da noite para recolher o sumário da discussão;
5) Deixar esta decisão para a namorada / mulher / amante.
Agora, a questão é como escolher a melhor solução entre estas cinco...

29 julho 2009

Visitas a bebés

Ultimamente, tenho passado algum do meu escasso tempo livre a ir ver os bebés dos amigos. Eu pensei que se via os pais e o bebé, falava-se um bocado sobre o parto, dizia-se qualquer coisa como "os olhos dele são parecidos com os teus" e pronto. Meia hora e estava visto. Mas não. Para os pais, existe qualquer coisa de extraordinário em ficar olhar para um recém-nascido a dormir durante dez ou quinze minutos. Não consegui perceber bem o que era, mas aproveitei esse tempo para planear mentalmente o que vou fazer nas próximas férias.
As necessidades fisiológicas de um bebé também são motivo de orgulho dos pais. Fiquei muito contente por saber que esses bebés têm "feito bastante chichi", mas achei injusto ninguém ligar nenhuma ao facto de eu próprio fazer um ou dois litros de chichi quase todos os dias. Um desses amigos insistiu mesmo para que eu mudasse uma fralda, fazendo comentários como "já viste o cocó dele?". E é realmente incrível, como o cocó dos recém-nascidos é castanho e cheira mal. Completamente diferente do cocó de um adulto! E a ciência que está por detrás do simples acto de mudar uma fralda? E a técnica de dar pancadinhas nas costas do bebé para o fazer arrotar? Potenciais filmes de sucesso em Hollywood!

Talvez esteja a ser demasiado duro com esses pais babados e a experiência de ser pai me torne, também, um especialista em bebés. Só espero que, se e quando isso acontecer, estes meus amigos que foram pais recentemente me possam dar a sua opinião sobre o cocó dos meus filhos...

ps. Se os bebés conseguem nadar quando nascem, porque é que nunca ninguém se lembrou de os pôr a fazer pesca submarina? E mesmo que não seja para apanharem peixe, talvez pudessemos fazer competições de natação de bebés. Seria, provavelmente, mais interessante do que vê-los a dormir...

23 julho 2009

Uma curiosidade astronómica

Como a luz leva 8 minutos a percorrer a distância entre o Sol e a Terra, se o sol desaparecesse, só nos aperceberíamos 8 minutos depois. Passa-se o mesmo com o cérebro do Paulo Portas: se desaparecesse, íamos levar algum tempo a percebermos.

18 julho 2009

Futebol inter-galáctico

Como seria um jogo de futebol entre humanos e seres extraterrestres? Partindo do princípio que são duas espécies terrestres de tamanho aproximado e com metabolismos semelhantes, que tipo de cuidados deveríamos ter para realizar uma partida que fosse justa? É com este tipo de assuntos que me entretenho enquanto os meus amigos desabafam sobre os seus problemas. Aqui estão algumas das conclusões a que cheguei:
1. O jogo teria de ser feito num planeta cuja força gravítica, nível de luminusidade e clima não prejudicassem nenhuma das espécies;
2. A espécie extraterrestre deveria locomover-se em campo de forma semelhante à nossa. Ou seja, não poderia locomover-se debaixo da terra ou voar pelo campo, nem usar mais do que dois membros locomotores, que manteriam obrigatoriamente o mesmo tamanho e forma durante o jogo. Do mesmo modo, se essa espécie extraterrestre apenas de locomovesse por saltos com apenas um membro, os jogadores humanos teriam de jogar ao pé coxinho;

3. O recurso a poderes mentais para levitar objectos ou deformar as traves das balizas estariam obrigatoriamente excluídos do jogo, bem como o uso de orgãos sensoriais com capacidade muito superior à humana;

4. Também teriam de ser proibidas viagens no tempo para modificar acontecimentos durante o jogo. Ou seja, o jogo seria jogado apenas uma vez e sem interferências por viajantes do tempo.

Enfim, as condições para a realização deste jogo de futebol justo é bastante mais difícil do que parece, mas parece-me um desafio à altura da FIFA...

04 julho 2009

A formação do nosso Universo

(Na loja onde se vendem Universos, Deus entrega a sua senha ao empregado)
Empregado: Bom dia. Então, como é que vai querer o seu Universo?
Deus: Olhe, eu queria começar com um grande fogo-de-artifício, assim uma coisa bonita.
Empregado: Está bem... E quer um Universo a expandir-se, estável ou a encolher-se?
Deus: A expandir-se é mais caro, não é?
Empregado: Sim, mas tem de pensar nisso como um investimento a longo prazo. Paga mais de início, mas depois não precisa de acrescentar ou substituir estrelas, planetas, buracos negros, etc.
Deus: Então dê-me um desses a expandir.
Empregado: E quer vida inteligente em alguns planetas?
Deus: Isso também é caro?
Empregado: Depende. Esta semana, estamos com uma promoção: se comprar duas espécies pouco inteligentes, oferecemos outras duas.
Deus: O.K., vou aproveitar essa promoção.
Empregado: Mais alguma coisa?
Deus: Não, é tudo. Olhe, mas essas espécies pouco inteligentes têm hipótese de vir a descobrir o que é o Universo e de sair de lá?
Empregado: Não, nem pensar. Sabe o que é um macaco?
Deus: Mais ou menos...
Empregado: São formas de vida desse estilo... No máximo, vão mandar umas sondazitas e visitar os planetas do Sistema Solar onde vivem e pronto...
Deus: Óptimo. Não quero ter muito trabalho com isso, que ocupado já eu ando... Obrigado, bom dia.
Empregado: Adeus, amigo...

27 junho 2009

E agora, um pouco de escatologia...

Depois de um interregno de algumas semanas, resolvi voltar à blogosfera para falar de chichi e cocó. É que deparei-me recentemente com um problema que gostaria de partilhar convosco: quando estou entre amigos do sexo masculino, nunca sei bem como designar as minhas necessidades fisiológicas. Calculo que poucas mulheres tenham este problema, uma vez que a escatologia é tipicamente um território masculino... Adiante: "fazer chichi ou cocó" soa a frase de criança, "mijar ou cagar" soa a obscenidade e "urinar ou defecar" soa a jargão médico. A melhor opção será, provavelmente, optar pela ubiquidade da expressão "ir à casa-de-banho". Mas e quando queremos partilhar com amigos os detalhes de como acabámos de ver nascer o próximo submarino português? Ou como conseguimos acertar nos pontos mais longínquos do urinol? Enfim, acho que é tempo de inventarmos novos termos portugueses para estas nobres necessidades, de modo a podermos partilhar estas descobertas pessoais sem problemas de linguagem...