26 setembro 2006

Em movimento

Quebeque, Canadá (4)

24 setembro 2006

Quebeque, Canadá (3)

Quebeque, Canadá (2)

Quebeque, Canadá (1)

18 setembro 2006

Os Lsdx, por Lx Vx Cmx

Sendo já uma velha carcaça do período Cretácico, fico sempre surpreendido pelo modo como os adolescentes actualmente comunicam. Por exemplo, "beijocas para o people todo" em português-adolescente escreve-se "bjcx po ppl td". Seguindo a mesma lógica, se Camões fosse hoje adolescente, escreveria a primeira estrofe dos Lusíadas deste modo:
As rmx e os brx ssnldx (As armas e os barões assinalados,)
Q da cdntl pr Lstn (Que da ocidental praia Lusitana,)
Por mrx nc de ntx nvgdx, (Por mares nunca de antes navegados,)
Psr nd lm da Tprbn (Passaram ainda além da Taprobana,)

17 setembro 2006

Chuva de lobos

Recentemente, ouvi pela primeira vez em discurso directo que os técnicos das áreas protegidas em Portugal libertam lobos de helicóptero, mais mansos e com menos cheiro do que os lobos originais. Sendo biólogo e tendo trabalhado vários anos na área de conservação da Natureza, posso assegurar que a realidade é bastante mais complexa. Os lobos que são libertados de helicóptero fazem parte de uma força canina de elite que, para além de receberem treino em pára-quedismo, também conseguem realizar operações de espionagem e contra-espionagem (daí que lhes tenham tirado o cheiro) e levar a cabo operações de sabotagem. Graças a estas capacidades extraordinárias, prevê-se que estes lobos de elite possam integrar em breve as forças militares portuguesas em diferentes cenários de guerra.

Paradoxo

Faz algum sentido que o partido popular monárquico participe em eleições republicanas ?

13 setembro 2006

Uma rapariga modesta

“Eu estava muito bem a tomar o pequeno-almoço na varanda- a propósito, não sei se já te disse que a minha casa tem uma vista espantosa sobre o Tejo- quando aparece o meu pai, que é professor universitário na faculdade de letras. E digo-lhe eu, “ó pai, adorei o livro que me emprestou do Italo Calvino.” Já o tinha lido em português, mas não há nada como ler na língua original. E eu adoro italiano. Já te disse que sou bilingue ? Quando escrevo poesia, ora opto pelo português, ora pelo sueco. Claro que é difícil mostrar os meus poemas todos a alguém por causa disto... Por acaso, quando é prosa, escrevo sempre em português, não sei bem porquê. Sabes que já me pediram muitas vezes para fazer traduções de livros suecos, só que eu acho que é uma grande responsabilidade e exige muito tempo. É que, para além da faculdade, estou a fazer um curso de cinema em horário pós-laboral. O curso está mesmo no fim, mas como me escolheram a mim para realizar uma curta metragem- de entre 56 alunos-vou ter muito trabalho nos próximos meses. Estive mesmo para recusar, mas o projecto era demasiado interessante para o poder fazer. De qualquer modo, não queria deixar a pintura. Pinto desde os 10 anos e sei perfeitamente que, se puser os pincéis de lado durante uns meses, não vou conseguir acabar a exposição que tenho de preparar até ao fim deste ano. O tema desta exposição sou eu... Engraçado, não é ?"

09 setembro 2006

Um sonho

Um dos meus sonhos recorrentes é perceber o suficiente de mecânica para poder apanhar em falta o mecânico que me arranja o carro . Neste sonho, acontece invariavelmente um diálogo parecido com este...

Mecânico (vestido com fato de riscas de presidiário) : Pois, amigo, foram mais cinquenta euros do que no orçamento, porque tive de substituir os calços das rodas de trás...

Eu (vestido à informático, com lacinho e óculos fundo-de-garrafa): Ai, sim ? Então e onde é que estão os calços velhos ?
Mecânico: Estavam tão desfeitos que os pus logo no lixo.

Eu: Então, nesse caso, dê-me só meia hora, para eu verificar que substituiu realmente os calços.

(neste ponto do sonho, arregaço as mangas, desmonto as rodas e verifico que os calços são velhos)

Eu: Desculpe, mas estes calços não foram substituídos.

Mecânico: Tem razão, amigo. Estava a tentar enganá-lo, mas já vi que não dá. Nunca mais volto a tentar e este arranjo é de graça, para compensar as vezes anteriores em que lhe cobrei sempre um bocadinho mais do que devia.

Como interpretar este sonho ? Provavelmente, Freud diria que tem a ver com a relação com os meus pais ou com algum episódio que vivi na infância. Eu vou arriscar e dizer que está relacionado com as contas astronómicas que pago sempre que o meu carro tem de ser arranjado...

Romance entre piolhos

"Quando a vi a andar daquele modo gracioso, fiquei imediatamente apaixonado por ela. Aproximei-me, escondido entre madeixas de cabelo, e admirei os seus olhos grandes, as suas seis belas pernas, o seu gonopódio firme. Ela tinha, provavelmente, as duas placas pleurais quitinizadas mais bonitas que alguma vez vi na minha vida. Quando chegou à nuca e se preparava para sugar o sangue, enchi-me de coragem, apresentei-me e disse-lhe que havia um sítio melhor onde ela se podia alimentar. Por isso, andámos um pouco até outra zona da nuca e eu aproveitei para lhe fazer umas perguntas sobre onde tinha nascido, por onde costumava andar e outras coisas desse género. Ela disse-me que era da zona da orelha esquerda e quando comentei que as piolhas mais bonitas são todas dessa zona, ela riu-se. Depois de nos alimentarmos de sangue, convidei-a para ir ver o pôr-do-sol no frontal e foi ali que o nosso romance realmente começou..."

07 setembro 2006

Numa livraria

(Homem entra numa livraria, dá uma volta pelas estantes e dirige-se a vendedor)

Vendedor: Posso ajudá-lo ?

Homem: Sim, sim. Eu queria comprar um homem...

Vendedor: Vivo ou morto ?

Homem: Vivo.

Vendedor: Portanto, não há nenhum livro que lhe interesse ?

Homem: Não, eu preferia mesmo um homem. A minha filha precisa de uma companhia masculina. O seu colega que está ali ao fundo está à venda ?

Vendedor: Por acaso, não. Mas pode ser que a gente o possa vender... (alto) Ó Manel, podes chegar aqui, se faz favor ?

(Manel aproxima-se)

Manel: O que é ?

Vendedor: Olha, este senhor gostava de te comprar, para te oferecer à filha dele. Tu importavas-te que eu te vendesse ?

Manel: Não, mas vê lá se não me despachas por tuta e meia...

Homem: Esperem aí... Eu disse que estou (realçando) interessado em comprá-lo. Mas antes de tomar essa decisão, tenho de ver se está tudo em ordem. Tem aí o seu bilhete de identidade e boletim de vacinas ?

Manel: (dando o BI) O bilhete de identidade está aqui, mas o boletim de vacinas está em minha casa...

Vendedor: Sim, mas eu posso trazer-lhe isso amanhã. (dando pancadinhas nas costas de Manel) De qualquer modo, eu posso garantir-lhe que é material de primeira qualidade, amigo.

Homem: Portanto, acha que ele está bem de saúde ?

Vendedor: Sim... É novo, nunca teve acidentes, nunca fez operações. Tem só aqui uma cicatriz na testa e um bocado de caspa, de vez em quando... E usa óculos, como já reparou.

Homem: E tem os orgãos todos a funcionarem bem ? Posso ver os dentes dele ?

Vendedor: Faça favor. Todos os orgãos estão bons, ele não come muito, trabalha bem e praticamente não precisa de manutenção... A não ser uma ida ao oftalmologista de vez em quando.

Homem: Já foi à tropa ?

Vendedor: Ficou livre. E tem a papelada toda em ordem...

Homem: Ficou livre, porquê ? Tem algum problema ?

Vendedor: Não. Eles tinham demasiados recrutas nesse ano...

Homem: Estou a ver. E como é que estamos de estudos ?

Vendedor: Tem o 12º ano completo. Mas olhe que é culto... Manel, fala lá um bocadinho com o senhor...

Manel: Sobre quê ?

Homem: Fale-me sobre História, por exemplo...

Manel: Escolheu bem o tema, porque eu adoro História, especialmente de assuntos relacionados com a IIª Guerra Mundial. Já viu que, se os Alemães tivessem ganho a guerra, a Europa ainda poderia estar toda sob o seu domínio ? Talvez estivessemos agora a falar em alemão... Mas os Impérios acabam por cair, mais tarde ou mais cedo. Veja o caso dos Romanos...

Homem: Parece estar tudo bem. Quanto é que quer por ele ?

Vendedor: 5000 euros.

Homem: Isso é muito, por alguém que tem uma cicatriz na testa e que usa óculos... Só o dinheiro que eu vou gastar nos oftalmologistas... Dou-lhe 3800 euros !

Vendedor: 4500. Isto está impecável, amigo...

Homem: 4300.

Vendedor: (apertando a mão a Homem) Vendido ! Parabéns, fez uma óptima compra ! Quer que embrulhe ou vai mesmo assim ?

Homem: Embrulhe, por favor. É uma prenda de anos... Aceita multibanco ?

Vendedor: Sim, sim. Marque verde, código, verde.

(Vendedor passa cartão na máquina; Homem paga, enquanto Vendedor embrulha Manel)

Homem: (fazendo conversa) Pois é... Então, a venda de livros vai bem ?

Vendedor: Mais ou menos... Se não fosse a venda de empregados de vez em quando, era mais difícil aguentarmo-nos. Prontinho, já pode levá-lo...

(Homem põe Manel embrulhado às costas)

Homem: Muito obrigado. Eu passo cá amanhã, para levar o boletim de vacinas.

Vendedor: Com certeza. Tchau, Manel !

Manel (abafado, debaixo do embrulho) Tchau, pá. Até um dia destes...
(Homem e Manel saem)

03 setembro 2006

Hitler e a cultura africana

Um dos segredos mais bem guardados sobre a vida de Adolf Hitler é que o Fuher era um grande apreciador da cultura africana. Segundo documentação recentemente descoberta, os membros do partido Nazi faziam festas africanas quase todas as semanas, onde comiam cachupa ou muamba de galinha e dançavam kizombas até ao dia seguinte. “Não há nada como uma noite inteira no roça-roça com mulatas bonitas”, terá escrito Hitler a um amigo. Esta investigação revelou, também, que Hitler e outros membros do partido Nazi esbanjaram uma verdadeira fortuna em viagens por África, onde procuravam os melhores salões de baile de música africana. Segundo algumas cabo-verdianas entrevistadas, “ninguém dançava uma morna mais agarradinho do que o alemão de bigodinho e botas altas”.

01 setembro 2006

Uma pergunta

É impressão minha ou os ovos (não fecundados) que compramos não são mais do que a menstruação das galinhas ?

Militares portugueses no Líbano

Será boa ideia mandar portugueses para ajudarem na reconstrução do Líbano ? Não seria melhor mandarem pessoal do norte da Europa ou de outra parte do mundo onde as cidades realmente funcionam como deve ser ? Por outro lado, com os atrasos e complicações que essas obras vão sofrer nas mãos dos portugueses, não há israelita nenhum que depois tenha coragem de as bombardearem !