13 setembro 2007

Algumas memórias de viagens

Ultimamente, vêm-me à memória umas histórias de viagens que julgava já ter esquecido, mas que afinal ainda permanecem num canto recôndito do meu cérebro. Aqui ficam algumas delas, para júbilo de toda a Humanidade...

Um casal de idosos reformados deu-nos boleia até próximo de um glaciar, algures no sudoeste da Noruega. Ele era italiano, ela era alemã. Conheceram-se ainda jovens num abrigo de montanha nos Alpes italianos. Como o grupo italiano era muito barulhento, o grupo alemão olhava surpreendido e escandalizado, e esse olhar foi tomado por interesse. Ele encheu-se de coragem e meteu conversa com ela, apesar de falar pouco alemão. Foi assim que se apaixonaram e, mais tarde, ela deixou a Alemanha para ir viver com ele numa cidade italiana cujo nome não me recordo.

No Cambodja, ficámos em casa da família de um amigo Cambodjano e resolvemos fazer bacalhau cozido com grão e batatas. Quando servimos os membros da família com a comida típica portuguesa, todos perguntaram onde estava o arroz. Mas que raio de gente é esta, que nem sequer come arroz, pareciam dizer-nos com os seus olhares de soslaio. No fim, todos gostaram do prato português, mas havia consenso de que, com arroz, ficaria ainda muito melhor...

Numa ilha tailandesa com recifes de coral, conheci imensas pessoas no dia em que cheguei. Só que antes de iniciar uma conversa com qualquer recém-conhecido (a), havia sempre uma certa necessidade em saberem quem eu era, de onde vinha, o que fazia, há quanto tempo viajava e para onde iria de seguida. Ao fim de responder a esta rajada de perguntas umas vinte vezes, comecei a ficar cansado daquilo. A única coisa que me motivava a continuar a repetir aquela lega-lenga eram as respostas interessantes que surgiam à pergunta “How about you?”...