29 maio 2008

Fotos inéditas do genoma humano

Genoma masculino







Genoma feminino






Destas imagens se depreende que a tendência para o sexo masculino ser mais simples do que o feminino já está nos genes...

Uma fase da vida

(Médico está sentado à secretária; Sol bate à porta e abre-a, emitindo um potente raio de luz)

Sol: Sôtor, tem um minuto?

Médico (de olhos semi-cerrados): Ó Sol, claro que tenho... Entre! Vou só pôr uns óculos escuros...

(Médico tira uns óculos escuros de uma gaveta e coloca-os; Sol entra e senta-se)

Médico: Então, o que é que o traz por cá?

Sol: Olhe, Sôtor, eu ando a atravessar uma fase difícil. Ultimamente, passo muito tempo a pensar na minha vida, no que fiz, no que podia ter feito...

Médico: E há alguma razão para isso?

Sol: É a rotina... Todos os dias a mesma coisa, as mesmas reacções termonucleares, no mesmo Sistema Solar, rodeado pelos mesmos planetas... Eu sempre quis ver outras partes do Universo, conhecer outras galáxias... Mas uma estrela acomoda-se, vai ficando...

Médico: Estou a perceber... Sabe, Sol, você tem 4600 milhões de anos...

Sol: Ainda tenho 4599 milhões. Só faço 4600 milhões para a semana.

Médico: Seja como for, o que se passa é que está a chegar à meia-idade... Mais 5000 milhões de anos e vai arrefecer e transformar-se numa anã branca. Por isso, é natural que comece a questionar as escolhas que fez. Como é que estão as coisas com a Lua?

Sol: Mais ou menos... Às vezes, discutimos. Ainda ontem, ela me disse que o Universo não gira todo à minha volta... E que eu estou mais frio e distante.

Médico: Mas há mais alguém?

Sol: Não, não há ninguém em particular... Mas a verdade é que eu me tenho sentido atraído por Luas mais novas...

Médico: Olhe, eu já vi muitas estrelas em crise de meia-idade e a verdade é que o resultado geralmente não é bom. Algumas, põem-se a orbitar em torno de Luas mais novas e acabam divorciados e sem ninguém, outras compram gigantes vermelhas desportivas e espatifam-se contra um planeta, outras ainda entram numa vida de excessos e acabam em buracos negros dos quais depois já não conseguem sair.

Sol: Então, o que é que me aconselha a fazer?

Médico: Faça uma viagem romântica com a Lua, para reacender a chama entre vocês. E quando regressar ao Sistema Solar, tente arranjar um “hobby” que o distraia da sua rotina. E também é importante que faça uma vida saudável... Pratique exercício físico e corte com o plutónio e outros produtos radioactivos que fazem mal...

Sol: E acha que essas coisas resultam? Que eu vou parar de ter estas dúvidas?

Médico: Não há problema que tenha dúvidas, mas não veja só aquilo que não conseguiu fazer na vida. Você tem um Sistema Solar lindíssimo, com uma Lua e planetas que o adoram... Não estrague isso. Quantos Sistemas Solares é que conhece que tenham um planeta com vida como a Terra? Ou com os vulcões monstruosos que Marte tem? Ou com anéis como Saturno?

Sol: Não há muitos, realmente...

Médico: Claro que não! Portanto, pense bem, antes de fazer alguma coisa que depois se arrependa. Combinado?

Sol: Combinado, sôtor. Muito obrigado pela sua ajuda.

Médico: Ora essa, Sol. Estamos cá é para isso!

24 maio 2008

Três civilizações perdidas

(Inspirado em “As viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift)

1.Os Drurr, ou “Povo dos Ovos Estrelados”, desapareceram há mais de 500 anos da Mongólia. Segundo os relatos dos escritores chineses dessa época, a história do seu desaparecimento terá começado quando Sua Alteza Real Blefuscu III sofreu graves queimaduras de óleo enquanto cozinhava ovos estrelados, o prato tradicional dos Drurr. Em virtude disso, o Rei terá decretado que nenhum dos seus súbditos podia estrelar ovos, o que provocou revoltas nos sectores mais conservadores deste povo. Os Drurr desapareceram quase sem deixar rasto, depois de uma guerra longa entre a “facção dos ovos mexidos” leal ao Rei, e a “facção dos ovos estrelados” dos revoltosos.

2.Os Nanooks eram uma grande tribo de esquimós de uma zona remota do Canadá, que só tomou contacto com a cultura Norte-Americana nos finais dos anos 70. O seu fascínio por esta cultura tornou-se tão grande que trocaram o seu dialecto esquimó pelo inglês, passando a usar esculturas em gelo dos ícones da música americana como Jimi Hendrix, Bob Dylan e Bruce Springsteen para assinalar os limites do seu território. Os Nanooks entraram em declínio quando começaram a trocar ao desbarato todos os seus stocks de peixe e carne de foca por cassetes de vídeo da série televisiva “Dallas”. O golpe final deu-se quando o negociante responsável por este declínio conseguiu trocar um projector de cinema, uma tela e cópias da primeira trilogia da “Guerra das Estrelas” por todos os seus barcos de pesca.

3. Pouco se sabe sobre os Pnong, que desapareceram das margens do lago Tonlé Sap, situado no actual Cambodja, há mais de 300 anos. Os Pnong sofreram uma devastadora epidemia, que começou alguns dias depois de contactarem com um grupo de exploradores franceses. De acordo com os historiadores, o chefe dos Pnong ainda terá enviado um mensageiro com algumas oferendas em ouro e um pedido de auxílio à comunidade de franceses que vivia mais a sul. No entanto, este mensageiro nunca chegou a essa comunidade, optando por viajar por todo o Mundo, usando o ouro destinado a salvar o seu povo moribundo. Eis um excerto do início do seu diário de viagem, encontrado recentemente por monges budistas tailandeses: “Começo este diário por informar o leitor de que este é um registo das viagens fora da minha terra natal, mas que não é minha intenção focar-me sobre a minha tentativa de pedir auxílio aos franceses, que considero como um objectivo secundário. (...) A minha ideia é de condensar as transformações que eu sei que irão acontecer em mim, ao contactar com um Mundo que não conheço. (...) Passei algumas das horas mais felizes da minha adolescência a ler sobre as viagens que outros fizeram. Sinto que chegou o momento de ver com os meus olhos e de escrever com as minhas palavras, esperando assim aliciar outros aventureiros a descobrirem o prazer de viajar.”

23 maio 2008

Existe uma linha ténue entre a coragem e a estupidez...

Ontem à noite, um programa de televisão sobre tubarões brancos mostrava imagens de uma praia de surfistas na África do Sul, onde costumam ocorrer ataques destes grandes predadores. Os surfistas referem-se a si próprios como "bolachas para tubarão". No programa, mostravam imagens de um surfista a ser atacado em simultâneo por dois tubarões brancos monstruosos, que se atrapalharam e o deixaram escapar com apenas um ferimento numa mão e uma grande dentada na prancha. Uns meses mais tarde, o mesmo jovem foi atacado novamente, mas desta vez só por um tubarão branco, que apenas lhe deixou umas marcas de dentes na prancha. E este surfista dizia que iria continuar a surfar por ali, apesar de ser um verdadeiro isco para tubarões. Depois do programa, fiquei a pensar o que seria preciso para que este surfista deixasse de surfar naquela praia. Um membro a menos? Que lhe arrancassem a cabeça?

19 maio 2008

Procura-se Epistemólogo para formar novo grupo filosófico

Somos um grupo de três filósofos da zona de Benfica a trabalhar num projecto filosófico de fusão entre o Racionalismo e o Empirismo. Filosofamos juntos há cerca de seis meses, mas o nosso Epistemólogo deixou de ter disponibilidade. Por isso, procuramos um novo Epistemólogo, de preferência com experiência em Estética. As nossas principais influências são Descartes, Leibniz, Hume, Locke, Jaspers e Schopenhauer, mas também curtimos Hegel, Spinoza e Schelling. Temos local para filosofar e já estamos a trabalhar em livros originais.

Immanuel Kant, o filme de acção

Depois de Indiana Jones IV, o próximo filme de acção de Spielberg será “Immanuel Kant”, onde se contará a fabulosa odisseia do filósofo alemão em busca de Deus. Spielberg tem tido dificuldades em transpor a obra de Kant para a tela, uma vez que “a história de um professor universitário de 50 anos a escrever livros sobre Metafísica durante anos a fio não é a coisa mais emocionante do Mundo”. Por isso mesmo, o realizador está a ponderar a possibilidade de Kant tentar salvar um livro antigo sobre Ética das mãos dos líderes da Revolução Francesa ou de poder encontrar uma porta numa biblioteca que o leva até uma civilização dominada pelo Relativismo Conceptual. Em princípio, Kant usará a frase “o arbítrio de todo o homem possui um carácter empírico, na medida em que este mostra, nos seus efeitos no fenómeno, uma regra segundo a qual se podem inferir os motivos racionais e as suas acções, quanto ao seu modo e aos seus graus, e julgar os princípios subjectivos do seu arbítrio” como uma arma para confundir os seus inimigos.

15 maio 2008

Assalto em bomba de gasolina

Um funcionário do posto de abastecimento da BP localizado na Parede assaltou esta manhã um homem de 33 anos, depois deste ter atestado o depósito do carro. O funcionário tinha cerca de 25 anos, usava a farda da BP, tinha a cara destapada e não estava armado. Segundo o homem assaltado, o funcionário limitou-se a dizer “são 57 euros, por favor”, mas esta interpelação terá sido suficiente para o persuadir a entregar o dinheiro. “Ele foi muito simpático, ainda me carregou pontos no cartão, mas eu não pude deixar de me sentir roubado”, disse o homem. As autoridades já estão a investigar o caso, mas dizem que acontecem milhares de casos semelhantes a este todos os dias.

13 maio 2008

Música para hibernar

Quando quero hibernar, escolho habitualmente o "Kind of Blue", do Miles Davis. Mas esta "Disconnect" dos She Wants Revenge também é bastante boa...

09 maio 2008

O problema da literatura

Mal entramos na Cova da Moura, apercebemo-nos imediatamente que o flagelo da literatura tomou conta do bairro. Vemos vários jovens a consumir prosa dentro de um carro, livros usados pelo chão, um graffiti na parede onde se lê "Despenalizem Jorge Luís Borges!" e dois jovens a partilharem o mesmo livro de poesia em plena via pública. Falamos com um pai preocupado, que nos diz: “Os jovens do bairro só vivem para consumir literatura. Podiam dedicar-se à família, aos amigos, ao desporto, à música... Mas não. Estoiram o dinheiro todo em livros, que são caríssimos, e passam os dias alheados do mundo real, perdidos nas fantasias de escritores”.

Mas como é que a literatura chegou à Cova da Moura? Segundo alguns residentes, tudo terá começado com a introdução ilícita de livros do Harry Potter em algumas das áreas mais problemáticas do bairro. Depois, vieram obras de autores Sul-Americanos como Garcia Marquez e Isabel Allende e, a partir daí, o consumo de literatura nunca mais parou de crescer. Um investigador da Direcção do Combate ao Banditismo da PJ, que prefere manter o anonimato, confirma que este padrão é habitual: “O jovem é iniciado em livros infanto-juvenis pelos amigos, depois passa a consumir livros cada vez mais pesados e, quando dá por ela, já está a ler clássicos Russos como Dostoiesvky e Tolstoi. E, nessa altura, já é difícil libertar-se do vício da leitura”.

No decorrer da nossa visita ao bairro, vemos um intelectual enfezado a comprar poesia de Fernando Pessoa para levar para uma “rave party”. Conseguimos abordar o traficante, que nos diz: “A poesia nacional vende bem, mas o que vende melhor aqui no bairro é a prosa de Pepetela e de Mia Couto”. De facto, Portugal está na rota de tráfico da literatura Africana devido à sua posição geográfica e vasta zona costeira, sendo considerada uma das principais portas de entrada desta literatura para o resto da Europa. No entanto, os casos mais graves de dependência ocorrem com o consumo de Existencialistas como Sartre, Jaspers e Heidegger. Na opinião de um dos psicólogos que trabalha na Cova da Moura, "o Existencialismo é uma corrente literária muito dura, que vicia logo após o primeiro livro. É muito difícil a um literaturo-dependente livrar-se do Existencialismo. Em leitores que consomem Idealistas, Realistas e Modernistas, a recuperação é mais fácil”.

Por último, é importante referir que o consumo tem crescido drasticamente nos últimos anos, apesar das medidas tomadas pelo Governo. Então, o que é que deve ser feito? De acordo com o presidente do Instituto do Combate à Literatura, "falta um debate mais sério sobre este problema, porque prevalece uma certa tolerância à literatura, que boicota qualquer possibilidade de se chegar a uma solução definitiva". Sejam quais forem as medidas a tomar, uma coisa é certa: elas têm de começar o mais rapidamente possível, para que o problema da literatura não se torne ainda mais grave...

07 maio 2008

Numa sessão sobre reciclagem

Eu: Alguém sabe o que é um aterro sanitário?

Luís (8 anos): Eu sei! É o cemitério do lixo.


ps. Onde é que eu posso aprender a falar português-para-crianças?

06 maio 2008

Relembrando o Bife do Vazio...

"Concerto de música para bebés
No passado sábado, bebés dos 3 meses aos 5 anos esgotaram um concerto na Casa da Música, no Porto. O grupo de Heavy Metal “Lords of the Chaos” deixou o público infantil ao rubro, tendo-se registado confrontos violentos entre dois gangs rivais de bebés. Segundo alguns pais presentes, tudo começou com o arremesso de um biberão, que depois alastrou para guerras de fraldas sujas e lutas de empurrões e puxões de cabelos. Dois destes bebés tiveram mesmo de ser hospitalizados, com dói-dóis em vários pontos do corpo. A questão da violência durante concertos de música para bebés tem sido muito discutida no Parlamento neste último mês e alguns especialistas pensam que a solução reside nas sestas longas antes dos concertos."