17 dezembro 2008

E se um jornalista lhe atirar com os sapatos? Isso é um impulso!

Geralmente, o acto de atirar peças de vestuário a outras pessoas tem uma carga sexual subjacente, sejam adolescentes a atirarem soutiens ao vocalista da sua banda rock preferida ou eu a atirar as minhas cuecas à Soraia Chaves na estreia do filme "Call girl". Será que este tipo de raciocínio também é válido para sapatos e que o acto do jornalista iraquiano foi, na realidade, um impulso amoroso? Estaria, assim, a convidá-lo para uma noite ardente de sexo gay? E será que lhe chamou mesmo "cão" ou a tradução está errada e o que ele disse foi "à canzana"?
ps. aos que acham que os sapatos foram atirados com demasiada força para este acto ser um convite amoroso, eu ofereço outra explicação: um arrufo de namorados...

06 dezembro 2008

A luta

A vida é uma luta, mas esse conflito às vezes dói muito. Mas quando isso deixa de acontecer, perde-se o interesse na vida. Venha de lá, então, essa dor!

01 dezembro 2008

O encontro

Tudo aconteceu de forma inesperada: dirigia-me para o carro no estacionamento de um centro comercial a rebentar pelas costuras de veículos de caçadores de prendas de Natal, quando reparei que ela me observava. Tinha longos cabelos negros, lábios sensuais, olhos de gata. Continuei a andar pelo estacionamento como se nada fosse, fazendo-me de difícil, percebendo que ela me seguia. De repente, olhei para trás e percebi que ficou um pouco envergonhada, por ter sido apanhada em flagrante. Quando cheguei ao carro, fiquei a remexer os bolsos à procura da chave e, quando finalmente a encontrei, virei-me para ela e pisquei-lhe o olho. Depois, foi a vez dela fazer pisca, o do carro, para assinalar que aquele precioso lugar de estacionamento lhe pertencia. De resto, olhava-me com um certo ar aborrecido, por estar a demorar mais do que ela tinha previsto. Então, era só isso que ele queria de mim? E os meus sentimentos? E aquele jogo de sedução mudo? Estas mulheres que nos seguem ao volante de um carro nos estacionamentos dos centros comerciais só se interessam por nós até obterem o nosso lugar. Depois disso, abandonam-nos às nossas ilusões, como se nada fosse...

E porque não alugar ou vender Lisboa inteira à TMN?

Lisboa entrou no espírito comercial da época Natalícia da melhor maneira: alugando o Marquês de Pombal e a Praça do Comércio à TMN. Em consequência disso, temos o Marquês e a Praça rodeados de pinos azuis com bolas brancas e de uma tenda de plástico transparente com um "t" lá dentro. Os condutores que tenham de passar por estes locais e não queiram levar com aqueles sonhos molhados dos publicitários têm duas soluções: 1) utilizar o botão de "turbo-boost" (procure debaixo do volante), para voar por cima deles; 2) conduzir de olhos fechados (apenas aconselhável a Jedis, com experiência em usar "A Força").
De qualquer modo, se a Câmara Municipal de Lisboa está numa de facturar com grandes campanhas publicitárias, talvez possamos fazer melhor: porque não alugar ou mesmo vender Lisboa inteira à TMN? Em vez da estátua do Marquês de Pombal, podíamos ter uma antena de telemóveis TMN. Em vez da ponte 25 de Abril, poderíamos ter a imagem horizontal de um telemóvel TMN. Em vez de lhe chamarmos "Lisboa", poderíamos chamar-lhe "cidade TMN". Quem é que precisa de nomes, estátuas, história e paisagem, quando se pode ganhar uma boa maquia com publicidade?