31 julho 2006

Sobre os comentários ao blog

Os comentários a este blog, incluindo os simpáticos, podem ser enviados para bpinto74@hotmail.com. A recepção de fotografias de super-modelos em trajes menores nesse mesmo email não será vista com desagrado...

O ex-mafioso

(Luigi no escritório do Patrão)

Luigi: Posso ?

Patrão: Olá, Luigi. Sim, entra.

Luigi: (beijando-lhe a mão) Então, o que se passa, Padrinho... quer dizer, chefe ?

Patrão: O que se passa é que a fábrica da Papeltotal ardeu ontem à noite e houve uma testemunha que te viu a sair de lá uns minutos antes do fogo começar...

Luigi: E quer que eu trate do assunto ?

Patrão: Não, Luigi ! Eu já te disse que não quero que uses esses métodos violentos enquanto trabalhas para nós !

Luigi: Mas as vendas deles estavam a subir e a prejudicar-nos... Alguém tinha de fazer alguma coisa !

Patrão: Tu já não trabalhas na Mafia, Luigi. É certo que és um óptimo gestor, mas tens de aprender que, no mundo empresarial, não se pega fogo à fábrica do rival quando ele tem mais vendas do que nós !

Luigi: Porque não ?

Patrão: Porque temos de respeitar a lei !

Luigi: Vocês, homens de negócios, são uns totós !

Patrão: Ouve lá, não era bom procurares outro emprego noutro ramo ? Talvez fosse mais fácil para todos...

Luigi: Sim, talvez tenha razão... Eu vou começar à procura, a ver o que aparece... A propósito, o chefe continua a fazer a A12 para ir para casa, certo ?

Patrão: Sim... Porque é que perguntas ?

Luigi: Por nada... (tira a pistola e verifica-a)

Patrão: (nervoso) Olha, pensando melhor... eu gostava que ficasses cá ! Mas tens de te tornar mais moderado, ok ? Aliás, eu vou dar-te um aumento, para ver se te ajudo com a prestação do carro ! Pode ser ?

Luigi: Tem mesmo a certeza que quer que eu fique ?

Patrão: (nervoso) Sim, sim. Ficas por cá e acabou a conversa ! E agora, toca a trabalhar... (hesitante) Quer... quer dizer, se te apetecer, porque ninguém te obriga a cumprir horários, como sabes...

Retrato do filósofo enquanto criança

Como foram os primeiros textos dos filósofos ? Será que já continham uma propensão para abordarem temas filosóficos ? Em seguida, apresenta-se um excerto de uma composição de Platão, quando este tinha oito anos, que poderá levantar um pouco do véu que encobre estas questões...

"As minhas férias, por Platão Laércio.

Eu gostei muito das minhas férias na minha quinta em Kefissia. Nos estábulos, vi cavalos, vacas e galinhas. Eu queria regar as árvores do jardim com um balde, mas a mãe não deixou. Foi em Kefissia que conclui que o homem deve tender a devolver a sua alma ao estado de pureza que a sua união com o corpo a fez perder. Também fiquei com a ideia que os seres que estão em perpétuo devir para chegarem à destruição quase não merecem o nome de seres e de que sobre eles só se pode formar opiniões confusas, incapazes de se justificarem a si mesmas. Gostava muito de ter um porquinho pequenino em casa. Ou então, um coelhinho, que também é um bicho giro.”

24 julho 2006

Na feira de carcavelos

Cigana: Olha a calça da moda. Olha as lévis ! Olha a calcinha da moda !

Cliente: Boa tarde. Estas calças que estão à venda são produtos originais ?

Cigana: Não, minha senhora. Na realidade, são produtos de contrafacção, que importamos ilegalmente de Espanha. Nós sabemos que somos prevaricadores da lei, mas fazemos esta opção por existir uma procura no mercado nesse sentido, a tal mão invisível de que falava o grande Adam Smith na sua obra seminal “A riqueza das nações”.

Cliente: Nesse caso, vou a outro sítio.

Cigana: Está no seu direito. De qualquer modo, permita-me que argumente, na minha condição de feirante “Leve as calças, freguesa, que são boas e baratas !”

Cliente: Não quero, obrigada.

Cigana: Compreendo que tome essa decisão, mas tenho de insistir, dizendo “Vá lá, freguesa. Leve lá as calcinhas !”

Cliente: Já disse que não ! Adeus, boa tarde.

Cigana: Adeus, e a continuação de uma excelente tarde de compras ! Olha a calça da moda !

Fragmentos da vida de Jesus Cristo (2)

(Jesus entra de rompante em casa de Maria, sua mãe)

Jesus: Olá, mãe !

Maria: (assustada) Ai, Jesus !

Jesus: O que foi ?

Maria: Nada ! É que apareceste assim de repente e assustaste-me... Então, como é que estás ?

Jesus: Estou bem. Arranjei doze apóstolos e tenho andado a pregar por toda a Galileia.

Maria: Ó filho, e isso é vida para alguém ? Andar aí de um lado para o outro, sem eira nem beira, a chatear os Judeus e os Romanos... Não estavas melhor como carpinteiro ?

Jesus: A carpintaria não era para mim, mãe.

Maria: Mas tu tinhas tanto jeito, querido... Os clientes ainda hoje dizem que a mobília que fazias era divinal...

Jesus: Pois, mas é disto de ser o Messias que eu gosto. Foi para isso que Deus me pôs aqui. Compreendes ?

Maria: Bem, se achas que é essa a tua vocação, tu é que sabes. Eu é que gostava que tivesses outro tipo de ofício, que tivesse mais estabilidade, que desse mais dinheiro...

Jesus: Eu não quero saber de estabilidade ou de dinheiro...

Maria: Tu és um idealista, Jesus Cristo. Sempre foste, desde pequenino. Do que é que vais viver, quando já não tiveres saúde para andar por aí a pregar e a fazer milagres ?

Jesus: Nessa altura, deixarei que Deus guie o meu caminho...

Maria: Só espero que não te arrependas...

Jesus: Ó mãe, eu não vim cá para termos novamente esta conversa...

Maria: Desculpa lá, querido. É que fico preocupada contigo... Queres comer uma sopinha que acabei de fazer ?

Jesus: É de quê ?

Maria: De feijão...

Jesus: A sopa de feijão faz-me muitos gases... Deixa lá, que eu vou faço aqui um milagre e como antes uns pastéis de bacalhau...

Maria: Por falar em milagres, a vizinha pediu para passares lá por casa dela, para curares o neto mais novo dela. Parece que está com sarampo...

Jesus: Está bem, eu já lá passo mais daqui a um bocado... Não me arranjas um bocadinho de sal ? Tenho de afinar o tempero dos meus milagres de pastelaria...

Maria: Aqui tens. Então e quando é que me dás um neto ? Olha que aquela Maria Madalena anda de olho em ti...

Jesus: Talvez um dia mais tarde.

Maria: Mas tu já tens trinta anos, filho. Estás na idade de assentares, de constituir família...

Jesus: Eu sou o filho de Deus, mãe. Tenho uma missão que me foi confiada por Deus, que é salvar a Humanidade. Aliás, a minha família é a Humanidade...

Maria: Está bem, filho... Tu é que sabes...

Jesus: Bem, vou andando, que ainda tenho de preparar um sermão que vou dar amanhã numa montanha.

Maria: Adeus, filho. Agasalha-te, que agora à noite está fresquinho...

18 julho 2006

Se todos fossem melómanos

Há pouco mais de uma semana atrás, o grande musicólogo inglês Francis Taylor apresentou a sua tese de que não foi Beethoven quem compôs o concerto número cinco em mi bemol maior, mas sim o seu discípulo Czerny. A partir desse momento, a imprensa nacional e internacional não tem parado de abordar esta polémica de modo especulativo e sensacionalista, criando assim condições propícias para as manifestações de violência a que temos vindo a assistir um pouco por todo o Mundo. Não é queimando partituras de Beethoven, vandalizando os seus bustos ou destruindo os seus CD´s que poderemos distinguir a verdade da mentira da tese de Taylor. Resta-nos, portanto, aguardar pacificamente que este assunto seja esclarecido com brevidade, de modo que possamos apurar quem realmente compôs esse belíssimo concerto para piano.

Mensagem

Presidente da Coreia do Norte, 64 anos, pequenino mas meiguinho, licenciado em Política Internacional, interessado em cinema, com armas nucleares na garagem, procura senhora de nível, elegante, sofisticada, culta, com frutinha molhadinha e saborosa. Vou deixar-te os olhos em bico ! Speak english.

Contactar Kim Jong em sexyman@hotmail.com

A verdade sobre Colombo

Muitos historiadores se têm questionado sobre quem foi Colombo, como é que sucedeu a sua descoberta da América e se gostava mais de ovos mexidos, estrelados ou cozidos. Recentemente, foi descoberto um diário de um navegador português que conhecia Colombo, que poderá ser importante para responder a estas questões:

“Saímos de manhã do porto de Lisboa e o Totóvão [Cristovão Colombo], o grande apreciador de ovos mexidos, que era suposto acompanhar-nos até às Canárias, afastou-se um pouco do nosso barco e apanhou uns ventos muito fortes que acabaram por levá-lo inesperadamente até às Américas. Como é que um homem pode ser tão afortunado ao ponto de ser levado por ventos fortes até a um continente do qual ainda não havia notícia ?”.

12 julho 2006

Fragmentos da vida de Jesus Cristo (1)

(Na escola , Jesus Cristo adolescente fala do futuro com a sua professora)
Professora: Então e tu, Jesus... Qual é a via profissional que queres seguir ?
Jesus: Ainda não sei muito bem. Estou a pensar em tornar-me carpinteiro...
Professora: É muito bem escolhido, que há poucos carpinteiros aqui na Nazaré.
Jesus: Pois, mas o que eu gostava mesmo era de ser o Profeta, o Messias, o salvador da Humanidade...
Professora: Isso não te parece ambicioso demais para quem tem passado sempre com um “Não satisfaz” a matemática ?
Jesus: E para que é que o Messias precisa de saber matemática ?
Professora: Ora essa ! Então, põe-te lá a fazer um milagre de multiplicação dos pães ou dos peixes e depois logo falamos...
Jesus: Tem razão. Este ano, vou esforçar-me mais ! Então e o que acha que devo fazer seguir essa profissão ?
Professora: Não sei... O melhor é falares com a professora Clotilde, que foi professora do João Baptista...
Jesus: Ai, sim ? Então, tenho mesmo de falar com ela ! O João Baptista é o meu profeta preferido. Sei todos os seus discursos mais famosos de cor e salteado... Há uns meses atrás, fui vê-lo ao rio Jordão e fez um discurso fantástico sobre os ricos e os pobres.
Professora: E já ouviste o Manuel Peregrino ?
Jesus: Não. Os bilhetes estão quase sempre esgotados...
Professora: Tens de ir ver, ele é mesmo bom. E o Mateus Cara-de-Anjo ?
Jesus: Sim, fui vê-lo o ano passado a Jerusalém... É bom, mas eu prefiro o João Baptista. Tem mais garra, vai mais directo aos assuntos. O Cara-de-Anjo é muito certinho, parece que tem medo de desafiar a autoridade...
Professora: Sim, és capaz de ter razão. Bem, está na hora de saírem. Jesus, amanhã, quero que tragas um discurso sobre as injustiças sociais para apresentares aos teus colegas, está bem ?
Jesus: Yá, na boa !

11 julho 2006

A música de Tony Moreira

Tal como outros músicos virtuosos, o início da carreira de Tony Moreira foi marcado pela indiferenca do público, pela rejeição das editoras e pelos seus sucessivos implantes capilares. Estaria o país preparado para a grande revolução musical protagonizada por este visionário ? É provável que não, mas Tony não esmoreceu e trilhou obstinadamente o seu próprio caminho, criando canções inesquecíveis como “O Cuco da Milu”, “Ó filha, dá cá o meu” e “ A pilinha”. Para explicar o seu sucesso, teríamos de falar da originalidade da estrutura harmónica dos seus temas, da mestria no domínio da composição, das suas letras marotas. Apesar da qualidade inquestionável da sua música enquanto líder dos grupos Banda Típica Latina e o TM5, arrisco dizer que o génio deste cabeleireiro-cantor apenas se manifesta em toda a sua plenitude quando compõe a solo. Daí que obras seminais como “Homens de tomate” ou “Tira-me o leite da frente” tenham sido concebidos nas profundezas da sua solidão.
Como Tony não edita CD´s há mais de cinco anos, é caso para perguntar quando é que o compositor decide dar folga à tesoura e ao pente para voltar a presentear-nos com a sua música. Ou estaremos nós condenados a escutar eternamente os velhos êxitos, sem a expectativa de novas melodias desse grande vulto da música chamado Tony Moreira ?

04 julho 2006

Visitas felinas

Quando os meus pais vão de férias, é costume ficar com o gato deles em minha casa. Nestas ocasiões, a história acontece sempre do mesmo modo: eu abro a caixa da fera com uma vara comprida, espalho os pratinhos de água e comida nos locais onde é menos provável que lhes dê um pontapé, arranjo o caixote da areia e, mal dou por isso, o gato desaparece do mapa. Depois de correr a casa toda, descubro-o habitualmente debaixo da cama e é quase sempre impossível tirá-lo do seu esconderijo. É nestas alturas que me ponho a imaginar como seria receber um amigo tão indelicado quanto este felino. Fazemos o jantar, limpamos minimamente a casa-de-banho para que fique com a ilusão de que vivemos num local asseado e, depois de o deixarmos entrar em nossa casa, damos por ele a correr apressadamente para debaixo da cama. “Ó Júlio, podes sair à vontade, que não corres perigo ! Júlio ! Anda, pequenino !”. Ao que o Júlio diria: “Deixa-me estar aqui um ou dois dias, que eu já saio. Eu estou bem, a sério. Vai à tua vida.” Será que também tentaríamos a nossa sorte, atraindo-o para fora do seu esconderijo com um prato da sua comida preferida ? Ou acabávamos por nos fartar da brincadeira e o enxotávamos com uma vassoura ? Talvez a melhor solução para evitar esta situação incómoda seja não convidar ninguém para jantar que tenha ar de se comportar como um gato. Ou então, convidá-lo dois dias antes do jantar, para que se habitue à casa e não tenha problemas em aparecer à mesa à hora marcada para a refeição.
P.S. É bom esclarecer os leitores (especialmente aqueles que são meus pais) de que eu nunca utilizei o método da vassoura para persuadir o gato em questão a sair debaixo da cama... Até porque ele acaba por se meter noutro esconderijo e volta-se à estaca zero. Pelo menos, foi o que me disseram.

03 julho 2006

Sobre este blog

Para que o leitor não se sinta defraudado em relação aos temas que aqui irão ser abordados, começo por informar que a grande motivação deste blog é responder às seguintes questões:

1) Qual é o sentido da vida ?
2) Deus existe ? Quais são os seus hobbies ?
3) O Universo tem fim ? Caso tenha, vale a pena levar um agasalho se o visitarmos ?
4) Porque é que o Alberto João Jardim ainda governa a Madeira ?

Se tiver resposta para estas perguntas, guarde-as para si, de modo a não estragar a surpresa da descoberta...