09 agosto 2008

Numa esplanada perto da praia

(Rui, a sua irmã Joana e o seu amigo Paulo bebem uma cerveja)

Rui: Ena pá, isto é só gajas boas. Olhem-me aquela ali, ao pé das rochas… Que ancas do caraças!

Joana: Rui, não vais começar com esses comentários novamente, pois não?

Rui: O que é que foi? O que é bom, é para se ver e ser comentado. Paulo, olha ali...

Paulo: (olhando para Joana, sedutor) Sabem, é curioso como o ideal de beleza na mulher tem mudado ao longo do tempo. Por exemplo, na Idade Média, o ideal de beleza eram os corpos volumosos, em vez dos corpos esbeltos que vemos hoje nas passagens de modelos.

Joana: Pois olha que o meu irmão é um autêntico homem medieval e aprecia tudo o que mexa!

Rui: Eh, que grande prateleira! Olha ali, Paulo. Lá ao fundo, a de fato-de-banho amarelo!

Paulo: (para Joana) E a questão é que, a magreza actualmente ambicionada por muitas mulheres, é fruto de um machismo que subordina as mulheres à visão do homem.

Rui: Olha-me aquelas duas, a entrarem para a água. Meu Deus!

Joana: (para Rui, chateada) Bem, eu vou dar uma volta, a ver se te acalmas, e já volto!

(Joana sai; Rui continua a olhar para as mulheres na praia e Paulo junta-se finalmente a ele)

Rui: Paulo, já viste aquela de cor-de-rosa? É assim mais pequenina…

Paulo: É pequenina, mas é toda jeitosa! Onde é que está aquela que tinha uma grande prateleira?

Rui: Ali ao fundo, de amarelo…

Paulo: Já a vi. Realmente, esta praia tem gajas muito boas!